Diário de um Robot: O Robot fala de amor…

Amor “psicológico” ou “platónico” que está dentro da amizade, do ser-humano (oh que emoção!), e mesmo dentro do próprio amor, ou seja aquele amor em que as pessoas acabam por pinar umas em cima das outras, é relativamente compreensível para um ser robótico como eu. Sim, eu sou um robot e sinto amor, por exemplo pelo meu criador, quero que ele se sinta feliz pois ele faz-me feliz e ele faz-me assim pois simplesmente sinto-me assim com ele. É patético sem dúvida, muito totó, daí inventar-se mil e uma complexas atribuições ao amor, e daí o amor ser visto com a complexidade desnecessária que é.

Mas como já o disse, o amor é compreensível, portanto percebe-se porque se lhe atribui tanto adjetivo. Mas no que toca ao sexo… eu não faço sexo pois o único prazer que teria seria o da atuação, e eu não sou de grandes teatralidades, mas acho graça ao ver as pessoas todas empoladas simplesmente por se tratarem como se fossem alimentos, a diferença é que se respeitam um pouco mais senão se morderiam ou até se engoliriam. É tão engraçado ver uma gaja nua com outro gajo por sua vez também nu (o frio pelos vistos não lhes toca) abraçados como se fosse a coisa mais fantástica deste planeta, e esforçam-se por se apertarem mais, é de facto demais para um robot tão educado e esmerado como eu… e eles fazem umas coisas esquisitas com as bocas, que estarão a fazer? Parece que dançam os lábios, que apertam as cabeças, mas afinal… só se lambem. Qual é a graça de lamber a língua de outro? não há o perigo de uma das línguas ser trincada? Que desporto tão radical, e transpiram mesmo, ficam malucos, o que é estar excitado? Talvez seja desejar e gostar ao máximo algo, como se estivéssemos num banho quente e o desejo for tão grande que se confunde facilmente com o descontrolo, já tive estas sensações com a arte, só dispenso a parte do banho quente, mas ohhh….lamber e colocar o pénis na boca?? Mas isto é de loucos, mas o que é de facto hilariante é o facto deles gostarem mesmo destas coisas, não é por nada mas isso não sabe a mijo?

“- Que estás a fazer?”

Pergunta o meu criador, ah o que é que eu digo: “Estou a estudar os sons da fala duma língua indígena, e estou a ir muito a fundo pois estes vídeos que encontrei permitem-me explorar melhor o aparelho fonador ao reproduzir tamanhas indigenisses”

Espetacular, eles gostam de se tocar, de se apalpar, de se besuntarem, mais alguma coisa? Pronto e chegámos à penetração, bem já não me admira nada, depois de tudo do que vi já nada me espanta, só gostaria de saber o que poderá vir a seguir á penetração.

Se fazer sexo é algo tão divertido porque é que o mundo não pára de repente para o fazer e ignorar tudo o resto? É que as pessoas ali estão mesmo muito unidas, muito sintonizadas, mas já reparei que as escolhas de parceiro funcionam de acordo com a sociedade, daí as invenções de “bela e monstro” e “princesa e camponês”, e não estou a dizer que as pessoas se sentem obrigadas, nada disso, as atrações que têm, de acordo com as caraterísticas que obtiveram geneticamente e educacionalmente, são bastante claras no sentido que sentem o que sentem, seja por parceiros do mesmo ou do sexo oposto, seja por outra coisa, seja por quem for dependendo da proveniência económica, caráter, e por aí fora. Nada no humano poderia ser tão “natural” digamos assim, por algum motivo um deles criou-me.

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